terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

My friend, my friend, mi casa, bla, bla, bla, bla...




Hoje parece que apenas encostarei, apenas passarei de relance, muito rapidamente sobre o que me acontecera nas ultimas horas que antecederam esse momento de introspecção sobre as imagens de festas em bares, esquinas preenchidas de prostitutas e travestis, cheiros de água salgada aos sons do mar em fluxo e refluxo incontrolável pela força lunar e mais enodoada fora sobre minha mente à briga entre uma prostituta com um estrangeiro norueguês. Contarei o que retive, pois como não disse ainda estive enfadado.

Antes de sair de casa para começar às duas da tarde a trabalhar meu sobrinho gritara dizendo ver uma aranha sobre a parede. O mesmo lhe tiraria a vida com uma chinelada, mas gritei “Não, não mate à aranha, ela não faz nada de mal com ninguém.” As fotografias podem ser vista abaixo. Deixemo-na só, acredito que esperava preenchida de paciência e silêncio uma presa. Talvez uma mosca. 

                       
                                                       A aranha.

Chegando a companhia mais cedo logo que houve mudança sobre o local da rendição, passei 8 horas fazendo o de sempre embora todos os dias algo novo surja, sempre surge, pois todos os acontecimentos se regeneram, a vida.

Nesse período de 8 horas fomos solicitados apenas para um roubo de um Fox e um Honda civic numa outra área, tentamos fazer o cerco, mas foi perdido de vista.

Se houve crime, ninguém nos buscou. Mesmo assim como disse em meu diário pessoal é algo que mexe com os nervos, todos os minutos são de extrema atenção, sabidos de que a qualquer átimo de segundo algum fato infortúnio pode ocorrer e como já fora sabido por mim pode mesmo ocorrer.

                          
           

Como acertei anteriormente dobraria o serviço a fim de ajudar um amigo que nesse dia por motivos não revelados precisava que eu lhe cobrisse na viatura. Passaria a noite toda acordado. Mais de 16 horas fora de casa acordado em tortura.

Das 14h00min às 22h00min e de 22h00min as 06h00min do outro dia.


Pelas 05h45min essa parede me chama a atenção. A pintura de um clássico próximo da avenida Abolição.

Nalguns dias anteriores tive tanta disposição para dobrar o oficio, entretanto naquele dia eu estava muito afadigado, minhas forças eram mínimas, tive de beber um liquido dador de força comprado em um posto de gasolina para que me deixasse acordado, embora me sentisse bem à noite, embora me sinta bem vendo, ouvido, sentido como já disse várias pessoas, bares, prostitutas, o mar, casas antigas, a areia branca, a transformação da noite em dia, o clico do frenesi licencioso dos corpos peregrinando sexo perante a languidez da madrugada e a força do franco e alaranjado sol aparecendo, tudo sumindo, o sono surgindo, o som dos pássaros aparecendo, a fuga pros recônditos escuros, motéis e hotéis.
                
                               A beira mar - às 05h30min.

No meio da madrugada quando dobrávamos uma avenida em que pessoas usam para exibir seus corpos - produtos de venda e/ou aluguel copular - duas pessoas de pernas torneadas e despidas calçando salto alto, uma loira e oura morena espichavam-se o troco devido ficarem em pé durante a noite e quando bem próximo lhe fitávamos escutemos o telefone da viatura tocar uma, duas vezes e atendi. (Todas as viaturas têm um telefone fixo conectado a rede de comunicações através de um chip como um celular que é passado a população daquela área. O prefixo é sempre 3457 mais o numero da viatura, por exemplo tvtr 1185 ou 2056). 

Era um senhor, gerente de um hotel não muito conhecido, avisando e solicitando nossa presença já que um casal em dado quarto gritavam estardalhaços um para com outro, pedia que fôssemos ao local rapidamente. Fomos. Chegando lá descobrimos que uma mulher morena de corpo entroncado, aparentando ter trinta e cinco anos, viciada em cocaína e maconha, que se dizia prostituta e que queria muito frisar a todo tempo que falava inglês estava acuada frente as acusações a ela lançadas.

Próximo a ponte dos ingleses. Reduto de licensiosidade lucrativa. 

Van é estrangeiro, avermelhado de pele branca, cabelo da mesma cor e idoso que nada fala de português e que como todo anos passa férias nesse reduto de relativa riqueza e ao mesmo tempo invocador que implora a presença como uma sereia que canta pros seres avarentos de Fortaleza pela falta de riquezas em seu meio marginal. Nesse lugar turístico de Fortaleza e rico se concentra também miseráveis possuídos de cobiça e que como a mulher prostituta e/ou prostituída não medem coragem para conceber o gozo da posse.

Quando adentramos o saguão emoldurado de bambus avistamos a mulher sentada arregalando os olhos com nossa entrada, a vitima meio ébria e três funcionários. Todos menos o norueguês falavam ao mesmo tempo. Dissemos que cada um falasse de uma vez.

Escutamos a acusada narrado como se deu o programa em que cobrara 270 reais, depois eles compraram cocaína, haxixe e um aparelho celular de presente para a prostituta que era por sinal igual ao que o estrangeiro tinha. Com posse da droga foram pro hotel. Com a degustação corpórea e da droga maléfica ela foi embora num taxi, mas minutos depois retorna pro hotel alegando que se esquecera de seu celular recém ganho, o gerente lhe deixa subir, lá começam a brigar no quarto devido ela ter pegue o que dizia ser seu celular. Logo lá em baixo sabida de nossa presença ela diz que se confundiu já que o seu celular é igual ao do homem e que não tinha os 109 reais que todos diziam estar em sua posse. Era preciso fazer revista pessoal e fora solicitada uma policial feminina pelo rádio ao centro que coordena todas as viaturas da área. Minutos depois o gringo desiste e diz que ela pode ir embora já que era mesmo uma mixaria o produto do suposto roubo, diz em inglês para um interprete do hotel que decodificado nos é sabido a mensagem. O celular é devolvido ao dono. 

Por vários momentos observei muito atento aquela mulher extremamente séria afirmar que sabia falar inglês e que entendia tudo que lhe falassem na língua anglo-saxônica, dizia com ênfase remexendo as mãos e com medo de ser presa quase desesperada em voz alta e tremida ao gringo “My friend, my friend, mi casa, bla, bla, bla, bla, mi casa, posso ir, my fiend,” repetia, “my friend! Bla, bla, bla...” Por vários instantes eu olhava segurando minha boca e mantendo-a cerrada para não rir, me concentrava na tentativa de não soltar uma gargalhada ao ouvir a voz esgarçada soltando o bla,bla,bla, mi casa, bla,bla,bla my friend. “Viu moço ele disse que posso ir.” Voltava a chamar por Van sem que ele ao menos lhe olhasse.

A mulher com seu pseudo-inglês fora embora, sua carteira de identidade fora xerocada e grudada por cola pelo gerente numa folha de agenda juntamente com tantas outras mulheres mazelentas para que da próxima vez se por ventura venha querer enganar outro gringo “besta” lá ela não entre e pelos funcionários o estrangeiro seja advertido.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O que que se faz depois que se come alguém?


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Ao som da canção Against the odds da banda pessoalmente por mim láurea Pink Floyd, álbum Wet Dream 1978, escrevo sobre como depois de passar meus olhos verdes nos de céus azuis que estava sentado no banco de cimento cinza, senti minutos depois dando aceno de mão e entrando pela frente do ônibus um cheiro muito forte de esperma que veio ao nariz. Tive certeza, era esperma. Imediatamente lembrei que poderia ir a um lugar que há exatamente um ano me foi apresentado por um amigo na época mestre antropólogo, mas que perdi o contato.

Pois bem parti para o tal lugar a fim de me exibir e ver exibido corpo nus em um cine não muito conhecido.

Antes de entrar no local vi quando algumas pessoas olharam bem pro meu rosto, lhes retribui com um olhar ainda mais firme. Passei a roleta e em nenhum dos quartos havia lâmpada, lá tem dois espaços ao ar livre com poucas árvores e bancos, quatro televisores se dispõem em quatro quartos passando obviamente filmes dos mais variados relacionados à cópula.

Percebi muitos adolescentes perambulando pelo lugar. Alguns magros e com roupas apertadas foram meu alvo favorito, pois com jogada de pernas cruzadas, cabeça e cabelos em rabiçaca com trejeitos fêmicos. E se essa palavra fosse derivada de fêmea seria perfeita quanto à construção da frase e pensamento meu para melhor entendimento descritivo do que vi e senti, entretanto fêmico está relacionada a rochas e minérios com poderes magnéticos o que também serve quanto à fascinante circunspecção que faço desses jovens adamados e admirados, pois enquanto muitas pessoas, inclusive, amigos meu dizem que desprezam “viado mulherzinha,” eu ao contrário acho sem limites sua postura caricata E mesmo o caricato atrai quando verossímil.

E foi por isso também que senti atração física pelo rapaz magro, mais alto que eu, de cabelo aloirado, que usa lentes azuis artificiais sob olhos ameigados e sei lindo se a película lunar para a vista fosse transparente, mas que me fascina como suas sobrancelhas muito bem desenhadas e retiradas com cera ou pinça em seu rosto plano com seus dentes ressaídos (dentuço) e emoldurados por aparelho de cor verde.

Descobri que tinha a minha idade, descobri que já fora dançarino de uma banda de forró e que já viajara bastante e que seu pai é de minha mesma terra natal. Falei-lhe que não curtia forró eletrônico e que já tinha ficado com um rapaz bailarino que dá aulas de sapateado e que ele por já dançar poderia se quisesse conhecê-lo logo que ainda tenho contato com o bailarino criador de um grupo de sapateado só para homens. Disse que eu gostava de rock, viajar e amava literatura. Adoraria ler pra ele Vinicius de Morais, Cecilia Meireles, Hilda Hilts, Caio Fernado Abreu e depois Florbela, Sylvia Plaht, Anne Sexton. Adoraria lhe mostrar Coldplay, escutar Cazuza, Os Mutantes, ver O leitor, The single man, O labirinto do Fauno... Chorariamos juntos, riríamos juntos, seriamos felizes juntos, escreveríamos juntos.

Nesse momento queria revelar detalhes de como foi nossa ligação, abordagem sodômica, mas não soube como, depois que nos experimentamos, paramos e conversamos, entretanto não soube como abordá-lo para ver se o que tinha acontecido ficaria ali ou prosseguiria. Ainda não sei.

Pela noite recebi uma mensagem que dizia Boa Noite e lhe retribui. Poderia escrever um monte de coisas que alçassem vôos, mas não fiz. Disse idem!

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A resposta do termo acusatório, um encontro platônico e um passeio por espermas diversos.


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Há quatro dias recebi dois papeis que no titulo dizia termo acusatório de meu subcomandante por faltar há três semanas instrução (a instrução se dá sobre as novidades relacionadas ao trabalho, dicas de abordagens, assuntos polêmicos e a forma sobre como devemos proceder, no fundo tão subjetivo, também falam e explicam as leis a cerca de alguns crimes muitos corriqueiros) que era pra ser dada no segundo dia de repouso, muito bem era, pois que por muitas vezes fora cancelado, ninguém sabe o motivo e devido a freqüente inexistência dessas ditas instruções e/ou a sua falta deixei de ir me sentido obliterado.

É-me dado o direito de respondê-la e assim fins.

Contei minha descrição sobre os fatos que me levaram a falta e menti, pois se eu dissesse o que pensava sobre o desprezo dessas pessoas (ir)responsáveis pela tropa na certa seria preso.  Para que contar a verdade se você pode mentir.

Ontem na minha folga fui a Cia para entregar a resposta pela tarde, pois assim terei uma chance de não sofrer punições. Ao sair da sala pequena e quente dos responsáveis pela administração do efetivo, depois de já ter entregado o escrito a um que sempre se acha muito engraçado mais que na realidade é mais bobo que irônico, principalmente devido sua voz esgarçada, sua pele sempre avermelhada, suas orelhas grandes e seus óculos que deixam seus olhos maiores devido a grossura das lentes, me encaminhei ao jardim e lá vi um policial que reconheci de longe por se tratar de um dos que com certeza eu consumiria numa noite sodômica qualquer, estava sentado sozinho olhando pro chão com as palmas das suas mãos semi-grandes e brancas com unhas curtas e um sinal no dedo médio esquerdo sustentando o rosto, num baquinho de cimento cinza sob a sombra de algumas árvores de folhas sempre verdes molhadas logo que passara o dia quase todo chovendo, devidamente fardado com aquela sua blusa de botão ou gandola de mangas longas devido ter uma enorme tatuagem em seu corpo pálido que alcança o braço direito, traço marcante e mais marcante são seu olhos azuis e sua voz que lembra um pouco a do apolíneo cantor e ator estadunidense Cory Monteith. Sempre que nos encontrávamos dado que trabalhávamos próximos devido um cometimento de crime qualquer para que fechássemos o cerco ou mesmo quando aleatoriamente pela patrulha parávamos todos e conversávamos, conversávamos enquanto eu fingindo que lhe ouvia e aos outros interlocutores também quando na realidade pensava no quanto poderia se estender aqueles dois céus azuis claríssimos sobre a luz que nos banhava refletida e uma vez enquanto abordávamos um casal adolescente, ela muito gorda e gigante, ele muito magro e pequeno, imaginava como eles transavam e soube que para a união não há obstávulos, é preciso apenas quer. Via-os despidos invariavelmente e por vários momentos percebi sua paixão interligada de fidelidade, ele uma vez nos enfrentou para que não a pressionássemos sobre o esconderijo do produto entorpecente, ela olhava ofegante seu macho sendo quase todo o dia ordenado a colocar as mãos sobre a cabeça e ouvir de alguns conselhos sobre o quão maléficos eram por disseminar a morte em forma da erva cânhamo, pedras estupefacientes de craque e famoso pó Erythroxylum coca.

Os traficantes escondem sua droga em gretas, frestas e fendas por um parque muito mal cuidado da cidade, por onde passa um riacho poluído e aterrado, rodeado por uma favela e por prédios.

Estamos sempre prestando bem atenção neles e eu semanas anteriores então troquei telefone caso mais tarde na escuridão da noite avistássemos o mencionado casal, passaríamos sem importuná-los para deixar longe o som robusto do motor da hullyx muito bem experimentado por ouvidos criminosos que facilmente reconheceriam nossa compleição para que a pé o pegássemos com a droga.

As noites me lembram muito bem como me lembro da sua voz sexual de Cory Monteith por Cory Monteith e até aquela aliança dourada no dedo direito e de seus dois céus implantados pelo universo gênero a face. Desde então lanço quase que diariamente mensagens ocultando claro minha existência. Então fiz questão de passar devagar longe que o avistei sentado no banco de cimento cinza para que ele se atentasse a minha presença e de longe lhe cumprimentei com um aceno de cabeça.

De noite quando muita coisa já tinha acontecido e com certeza ele já nele lembrasse que hoje me vira por exatamente três segundo lhe enviei outra mensagem dado pistas sobre meu bem-quer platônico

A tua feição de anjo hoje me pareceu triste, embora o lume do teu rosto iridescente faça retorcer raios sobre mim, o céu que é o teu dois globos azuis ligados a ti tão bem ligados a ti por nervos, músculos e sangue que eu arrebatado grito não fujas olhar angelical de mim.

Logo que mandei essa mensagem pelo meu computador acessando um endereço que manda torpedos grátis recebi uma mensagem de um rapaz muito saboroso que usa lentes azuis, desgostosas por mim, de grau 6 em cada olho, cabelo curto com luzes amareladas, boné vermelho e que me consumira minutos antes  num lugar gigantescamente sodomita, lembrei-me tanto de Babilônia percorrendo pelas galerias escuras e mofadas, imaginei-me em meio aqueles seres todos cheios de esperma quente guardados em seus testículos com respirações ofegantes e olhares de linces em caça e  quão desinibido fora aquele povo que como eu uma vez experimentara a exaltação de transar no meio da rua. Essas são mais duas estórias a serem contada. 

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

passam das duas e me sinto mal, só, mal e só, olhando aquela vida também só.

Yn e Yang

A avó subira cansada daquela vida na viatura acompanhada de seu filho solicito, os dois apresentavam uma aparência grotesca. Era um rosto humilhado com olhos enlameados o do filho sério com a boca magra em silêncio vendo a formação dura da vida que lhes trouxera até ali correr pelo esgoto de raiva frente ao olhar molhado do outro, do neto que chorara anteriormente por se negar as ordens dos dois policiais e por sentir deles a revolta de ver a velha avó esmagada de dor sem proteção contra aquela juventude entregue a pedra mortífera do craque. A avó não mais queria o neto menor de treze anos. Ela fora quem lhe cuidou desde pequeno quando a mãe fugira e quando o seu pai, o outro filho Antonio, fora morto na prisão. O neto à medida que crescia soubera da rejeição da mãe e do fim do pai quando numa briga levara facadas na sela dentro do presídio por dívidas de drogas e lá ele derramara todo o seu sangue bem dentro de seu mundo e fora isso que a vida lhe deu no fim: facadas, seguindo assim o filho o seu caminho, O que se faz frente ao perigo de nascer, frente ao prazer de morte que se tem quando se fuma e queima nefasta a pedra branca e límpida, leve e preciosa, nebulosa e assassina, que faz o homem inerte, que fez o neto ladrão da avó aposentada, pisoteando-a. E é assim que vivi com todos os seus instintos cingidos num novelo parado e oco de maldade. O neto assim como o pai morto na prisão pelo craque seguia em frente e dele se tornara dependente.

Numa crise de abstinência ameaçara a avó naquela noite de sábado e ao tio, iria lhes tirar a vida pra ter dinheiro, como se sua vida fosse apenas o instante da queima de sua significância apodrecida com os dedos trêmulos manejando aduncos a massa clara dentro do cachimbo para viver. Sua vida era essa, disse à avó com sua voz úmida e suas lágrimas de desespero ao escutar do neto que não adiantava ela ir contra sua vida, pois que essa lhe impulsionava para mais e mais adiante e que fosse diante de sua escolha que ele pudesse ver algum horizonte desconhecido, uma escolha que se mostrava cada vez mais impossível de não acontecer, uma escolha e um caminho unido e traçado por maldade que ele seguia, um horizonte que poderia ser crepuscular, amarelo e cheio de penumbras coloridas ou uma praia na escuridão da madrugada, ventando forte e frio por um estirão de lama vermelha de sangue com a noite lunar.

Eu olhava aquele corpo moreno, de cabelo liso e me imaginava em seu estado de ira, me imaginava entregue a auto-aniquilação, e somos parecidos, vivemos parecidos. Ele se jacta que escolhera a vida, eu nunca pude escolhê-la, sempre fora eu quem me dobrara e inflamara os joelhos em sua presença, nossa semelhança se dá no fim, se dá na forma como aceitamos o fim.
As horas vão passando, já passam das doze, já chegamos a delegacia, as partes foram ouvidas, a avó não tem coragem de olhar o neto sentado e aprisionado por algemas, o tio conta como sofrera, a avó conta como não mais agüenta não ter paz, todos assinam, eu juntamente com o menor ficamos esperando o veiculo que nos levará ao IML para que lá seja feita o corpo de delito, a avó e o tio decidem ir para casa, não os vejo sair.
Continuamos esperando o veiculo, passam das duas e me sinto mal, só, mal e só, olhando aquela vida também só. Permaneço só – sem – apenas sem. É esse o meu estado. É assim que me apresento – sem. Já passa das quinze e sem eu vou. É pelo meu estado que vou, é pelo sem que mergulho em mim, por ele, pelo sem que continuo, que vou sob quem sou, sem, apenas.
Se tivesse um dicionário, mergulharia, pegaria essa palavra, essa que flutuar no vazio e que não mais me faz. Sem faz parte do jogo suponho, do que não vem, do que não ouço, do que não toco e nem sinto, mas quando sinto, o sentir se faz só, pulsante e só. Sou eternamente o sentir sobre por quem jogo, és uma razão. Absorvo o bem atraio o mal, mas não sou barroco e sou uma voz afirma. Embora minha apresentação aqui seja dura Sou languido, embora meu andar seja ereto, usualmente me maneio dançarino, embora yn e yang corra por mim como meus sonhos e pensamentos, a vontade que não se realiza, Não se realiza. E não se pode viver eternamente cansado, e se a razão fosse preguiça, se fosse, a razão é outra, outra em que me encontro, um espaço desprovido, um espaço sem, apenas da vida sem.


Da vida nasce o cansaço, da vida sem, é desse cansaço o perigo, porque do sem o esmorecer surge. Que título te dá se nem ao menos sei que é? Que cuidado deverei eu ter para contigo espaço cheio de letras e às vezes sem palavras, pois é quando há um perigo maior, poderia eu deixar-te largado sendo apenas escrito? Mas como deixá-lo se de tuas dobras invaginadas pela pena sinto prazer? E porque sinto tanta necessidade em clamar nesse espaço cheio de palavras? Será que foste criada apenas para meu grito? Tua criação sou eu mesmo? Foste criada para que pessoas como eu não morram? Sugarei para a minha vida inteira forças de ti? Materializada nessa folha seca e fina desenhada por mim, quando me dobro sobre ti sinto minha alma reavivar e de tudo quanto me falares foste cada uma eu mesmo vivido?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

BBB11 NAS DELEGACIAS!

Não há momento mais propício do que esse para falar sobre a cena que vi na Delegacia da Criança e Adolescente e novamente ocorrida com a já citada autoridade civil que nesse espaço de pura entidade virtual faz-se análoga ao físico dado que se hipnotiza com um atua programa midiático e como liberto que sou conto.

Pois bem o ensejo é conveniente e começo indagando nesse reduto de mentes diversas com idéias obviamente também diversas. O que leva uma pessoa (no caso da citada delegada detentora de um cargo de enorme responsabilidade) a deixar de ver um bom filme ou ler um bom livro para ficar na frente de uma televisão assistindo e contribuindo tanto com dinheiro quanto com a dissipação maligna, logo é sua oquidão ideológica midiaticamente explorada por pessoas frívolas confinadas para desvairar aqueles a quem lhes ver?
Pois semana passada um garoto de quinze anos, magro, descalço e viciado em craque arrancara a bolsa marrom de uma senhora loira e idosa de cabelo curto, italiana que passava férias com seu filho sacado com uma brasileira próximo a uma avenida nobre da cidade esburacada e nesse período de chuvas mais caótica, quando nesse momento nossa viatura passava próximo do fausto e em segundos conseguimos alcançar o esquálido ladrão, que se desgraça por ser extremamente pobre e miserável, o pai fora morto, como também a mãe o abandonara com a tia irresponsável, muito tempo depois a estória descoberta por mim durante o caminho que seguíamos ao IML.

Entretanto, toda vez que eu começava a contar o fato do roubo junto com a vítima e testemunhas a autoridade de pele pálida com vampira e gosmenta dado mais uma vez usar maquiagem em excesso falava impaciente, “um momento” e olhava com aqueles seus olhos escuros e brilhosos atentos como de coruja em caça de roedores à noite para ver jovens seminus dançando num jardim de uma casa enquanto o jornalista que eu imaginava ser sério Pedro Bial continuava sorrindo “Pode espiar” e a autoridade obedecia solicita, mesmo raivosa com nossa presença em seu recôndito frio e sombrio por seu estado casmurro, não fazia o contrário, mal nos escutou rapidamente nos dispensou dizendo que o procedimento seria feito. Pronto! A pergunta fica!

O crime liberta

Em janeiro de 2011 a viatura (...) recebeu via mensagem uma ocorrência de um drogado agredindo a mãe. Chegando lá avistamos o mesmo sobre a mãe, vocalizamos para que o mesmo colocasse as mãos na cabeça, ele se negou e avançou sobre a composição. Todos os meus nervos sofreram da energia augúria daquele ser em desequilíbrio.

A mãe chorando afirmou que quando chegássemos à delegacia faria procedimento. Mas depois de 2 horas esperando ônibus chegamos à presença da autoridade civil - delegada. A mesma depois de fazer várias perguntas a vitima (mãe agredida) convenceu a mãe de que não deveria fazer aquilo com seu filho de 27 anos, pois o mesmo estava doente e que ele o drogado deveria se internar e que nós, ou seja eu, pois estava conduzindo o preso, deveria ir com a mãe, o agressor e a testemunha a um hospital psiquiátrico interná-lo, logo que o mesmo apresentava sintomas de loucura devido o abusivo uso de drogas.

Eu me neguei dado que somente faço o que me é autorizado pelo fiscal e a Delegada ficou revoltada jogando toda a sua cólera sobre minha pessoa. 
A delegada que tive contato parece muito com essa pessoa.


Quando lhe perguntei sobre o desacato, pois na hora de mobilizar o acusado levei um soco, a delegada eriçou seus cabelos brancos e arqueando a sobrancelha lançou de sua boca grande e mole coberta de gloss rosa - choque mais cobras e lagartos – fiquei muito assustado pensei que a mesma iria morrer de tanta raiva.


Ela estava enfurecida e sua maquiagem barata derretia frente ao calor que se fez na delegacia da mulher! Disse que “não poderia fazer desacato coisa nenhuma meu amigo, porque o  filho dela (se referia a mãe violentada) é doente.” Parece que viciado serve de desculpa para o não cometimento de crime ou contravenção. Isso aprendi com essa nobre senhora que na semana seguinte mais uma vez vi hipnotizada olhando para uma tela quadrada vítrea refletindo imagens de pessoas a toa.

"olhe aqueles caras tentaram nos assaltar, nos esculhambou, disse que iriam meter no nosso cu"


Tenho a impressão que o terminal de ônibus do (...) guarda todo aquele som abjeto de infernais monstros, sons que se transformam numa película transparente, todos os gases venenosos aspirados lentamente com o negro da poeira obscena minuto a minuto de toda a metrópole, levados para esse espaço endêmico, por todas as pessoas da cidade em caixas metálicas com rodas esborrachadas com chaminés múltiplas lançado nessa redoma o gás venenoso. Centenas de motores torpes com centenas de gente e por essa multiplicidade centenar passamos um ou duas vezes ao dias apesar de lá já ter membros do município responsáveis pela segurança. Percorremos de um lado para o outro com nossas faces sérias translúcidas pelo vidro do carro fechado em virtude do elevado calor expelido da terra as 15 da tarde.


Mas as 21:45min, pouco antes de deixarmos a área e voltarmos ao local onde o turno da noite irá pegar viatura, armas, munições, passamos novamente no dito terminal e ao sair vimos numa rua escura, com muitos postes, mas suas luzes estavam quebradas acredito que por usuários de craque, é um lugar desértico e o seu espaço eremitério convida muitos daquela região para o fumo da pedra, que como em outras escritas feitas por mim denominei-a de maligna. Vejo de perto a devassidão que a tal droga alucinógena faz.

                                              Terminal de ônibus.

Assim que saímos da pista e fugimos dos muros que cobrem a estação vimos dois homens que vinham nos olhando assustados, eles caminhavam, passadas rápidas por nós enquanto um grupo de três pessoas ao longe nos chamava, aceleramos e chegando lá nos é dito que aqueles homens tentaram lhes roubar, os dois com olhares assustados. Os que gritavam eram travestis que moravam numa favelinha perto dali e iam pra casa. Uma mais velha dizia, “olhe aqueles caras tentaram nos assaltar, nos esculhambou, disse que iriam meter no nosso cu.” Demos rapidamente a volta e conseguimos pegar um, que por sinal estava bêbado, fizemos a abordagem e nada tinha com ele. Mas eu inspirei a raiva e a dor que aqueles travesti sentiram quando nos disseram que os mesmo derramaram sua água mineral e jogaram em suas faces pintadas. Não me contive e durantes as perguntas feitas ao homem ébrio gritei e senti extrema vontade de lhe da um tapão na orelha.  Mas me controlei e comovido com aqueles seres efeminados esquecido e perseguidos e que tanto tenho em comum e que tanto admiro e que tanto sei o qual verdadeiros são - O que são? Corajosas, mas que eu próprio que me entrego a essa associação de pactos fracos e máscaras frívolas da sociedade. São dignas!

À noite sonhei sendo apedrejado por várias pessoas e reconheci aquele que com a mão pequena um minério sólido jogara em minha direção, encontrando a pele de minha testa, trazendo a dor e o sangue, reconheci o rosto cheio de pêlos ruivos com os pômulos sardentos, esse homem homofóbico, ladrão e ébrio que escapara por entre aquelas centenas em fila esperando caixas metálicas lançadores de gás venenoso.