terça-feira, 26 de abril de 2011

Meu mundo uma vez revelando...Vai deixar todos de boca aberta...





                                                 


                         

O meu débil fígado está uma droga. Estou com a boca amarga. Há dois dias que sou acometido por uma colônia amarelada de bactérias por sobre minhas amídalas, devido o grande frio seco que perpetrou por meu quatro há dias enquanto dormia tranqüilo para depois de madrugada sonhar com um cachorro copulando com uma cabra enquanto alguns senhores na rua jogavam água gelada ou quiboa (água sanitária) em seus sexos ativos e interligados, vendo aquilo lutei pela liberdade sexual dos animais, e acordado pelo devaneio confusional pelos olhos fechados, recordações escapadas, discussão e eu sobressaltado por um senhor gordo moralista que lembrou muito alguém de minha infância interiorana - alguém que ia pela tarde bater em minha casa para pegar restos de comidas pra seus porcos (Minha mãe guardava lavagem para esse senhor em questão) - amanheci com a boca azeda, cuspindo, devido os fortes antibióticos e a gastura no estômago que me aflige.

Escovar os dentes não resolve e como não posso mudar nada sobre minhas náuseas eu vou assim mesmo a cozinha tomar café com leite e comer côdeas de pão d’água, enquanto espero o filme Taare Zameen Par (que traduzindo para o inglês significa Like Stars on Earth, mas em brasileiro se chama Somos Todos Diferentes/Como Estrelas na Terra), do indiano Aamir Khan que carrega em meu computador.

Não estou sozinho, sonhando acordado, olhos abertos...
Pisando, tropeçando...ainda tenho uma dúvida...
Ainda tenho uma dúvida...
Assim como o sol que se poe nasce outra vez...
Meu mundo uma vez revelando...
Vai deixar todos de boca aberta...


Pois assim é o preâmbulo, com a letra dessa música que muito propicia a situação vivida pelo jovem de 9 anos Ishaan Awasthi, interpretado pelo também indiano Safary Darsheel que se enlea as imagens fílmicas do personagem disléxico que decide, depois de sofrer por sua incompreensão em casa e na escola passear sozinho pela cidade e observar um conglomerado de ofícios e movimentos capturados e melhor absorvidos pela mente e imitado pelo menino em alguns momentos, às vezes, sem sucesso daí eu poder nesse momento saber que sua dislexia para com o mundo seja algo desacostuma, pois assim como fora por exemplo comigo mesmo quando criança devido meu adamado modo de falar ou efeminando trejeito sofri devido ser eu diferente, uma forma a mais para viver, a que causa mais que medo, a que causa horror e vai além quando a violência é tida como arma para mudar a gente, mas não muda, nunca muda. E observando o filme percebo que há nesse menino humanização, talvez das melhores sofridas e transformadas constantemente de forma mais quente à aprendizagem.


Entretanto, o filme mostrara o além da dor e aflição sentindos tanto pelos que vê (inclui-se os telespectadores) quanto pelos que convivem com o menino Ishaan Awasthi. A sociedade capitalista em desenvolvimento acelerado, ávida por lucros que exige profissões detentoras de conhecimentos matemáticos, físicos, químicos, biológicos etc, é quem lhe persegui e quem lhe faz sofrer, é quem lhe percebe sem disciplina, disperso por querer, por falta de consciência. Pois a verdade é porque quer que ele escapa do mundo ao seu redor, e a liberdade lhe é tirada a ponto de a dor e melancolia lhe formar entorpecido.

Ishaan Awasthi anteriormente dentro da sala de aula olhava atendo uma poça de água suja no pátio sendo constantemente estourada por rodas de bicicletas de transeuntes que passavam enquanto a professora carracunda lia para a sala que notando sua dispersão o chama insistentemente logo que não se concentrava e, por conseguinte ela lhe convida a ler, ele tenta passar a vista sobre as letras, mas diz o menino de 9 anos que as letras estavam dançando e não consegui decifrar o texto.

É inconsciente ou consciente que o garoto Ishaan Awasthi sabendo de sua incompreensão vai ver com seus olhos castanhos escuros as construções, especiarias montadas em calçadas, quadros, cores, artefatos, pássaros, escadarias, o mar, rios, tintas, a vida dos outros em parques, em ruelas, o metal, a mão que pega no gelo e lhe monta roliço sobre o palito para que depois xaropes doces em cores amarelo e vermelho matizadas servissem a um boca infantil para um dia quente?

Um pingo vermelho se deposita em uma palheta branca e horizontal, logo em seguida o mesmo dedo que trouxera o vermelho trás agora um amarelo e se faz uma linda imagem plástica, a mesma captada no dia do passeio, a da boca que mordera o picolé. O irmão mais velho quando o ver diz “oooh!” logo é de fato artística a imagem.

Quando os pais de Ishaan Awasthi descobrem que o menino tirara em todas as provas nota zero e não percebem seu principal dom, mas querem seus filhos competitivos, se irritam por ele sozinho, o filho mais novo, ter matado aula para passear nas ruas correndo perigo e ainda por falsificar um atestado de dispensa para tal peregrinação. Os pais decidem lhe colocar num colégio interno rígido, com ordens, disciplinas que se quebradas as sanções são palmatórias. É nesse momento que  Ishaan Awasthi deixca de ser rebelde para se torna melancólico, mais e mais só.

Ishaan Awasthi passa dias chorando sem querer ir, têm pesadelos, a mãe também reluta consigo mesma e disfarça sua dor, embora não consiga segurar as lágrimas quando ela vê a si própria, o marido e o filho mais velho irmão de Ishaan desenhados em família pelo menino longe de casa num borrão como flip-book, que se passado depressa as folhas vemos em movimento Ishaan Awasthi se distanciar dos pais e irmão.

No primeiro dia de aula no colégio interno um aluno ler o poema cujo tema é perspectiva. Ishaan Awasthi é convidado a interpretá-lo e quando diz o que acha pelo seu imaginário introspectivo arranca risadas da turma e a zanga do professor. Mas ao final o aluno, futuro grande amigo de Ishaan mais sensível, o que leu o poema lhe confessa “você explicou o verdadeiro significa do poema. Os outros apenas repetem o que ele diz.”

                         

Silêncio preenche meu coração, assim canta uma nova música que por várias vezes combina a situação em que o menino Ishaan Awasthi disléxico está. O garoto que fora passar férias na casa dos pais retorna ainda mais reprimido num mundo complicado, a música continua enquanto que a cena mostrada agora é a de um garoto sobre um abismo, como pode ser visto a cima. E de fato houve um querer de auto-aniquilação. Não sinto mais dor estou, amortecido. E um amigo que lhe ver e percebe a dor que se tornara dormente, talvez o único amigo que Ishaan Awasthi fizera, um que usa muletas e que corre ao seu encontro lhe perguntando o que fazia ali. Que não deveria ficar ali, pois era perigoso, que deveriam ir à aula de desenho logo chegara um novo professor. Um professor que sinto o salvará, dado que o mesmo diz, “desenhem o que quiser,” daí um aluno pergunta, “vamos desenhar o que? Não há nada sobre a mesa.” Em resposta diz, “Essa mesa é pequena demais perto de sua imaginação. Agora estão livres. Sem pressa.”


Com o passar dos dias o novo professor chamado Nikumbh, interpretado pelo mesmo bonito diretor do filme em discussão Aamir Khan percebe a incompreensão do aluno que nunca fala. É nesse período que Nikumbh batalha para ajudar Ishaan e para mostrar que dentro dele há um garoto criativo. O rotulo de burro ficaria para trás e alguém especial com dons específicos floresce, pois ensinando e emocionando por suas falas singelas e oportunas que de tão verossímil nós faz chorar ao vermos o dislexo progredir na erudição.


                                



O ápice do filme é quando há um festival de pinturas plásticas, um concurso. Nesse momento Nikumbn, o charmoso diretor e ator Aamir Khan já desenvolvera formas de ensinar Ishaan a ler, como também compreender os números, suas notas melhoraram e a felicidade ou melhor a esperança ascende aos poucos em seu peito pequenino. Os pais sabidos da melhora do filho ficam muito agradecidos ao professor. Os jurados decidem pela pintura linda do disléxico Ishaan Awasthi com pode ser visto acima e ainda lhe coloca como capa do anuário escolar.

Com certeza o filme Taare Zameen Par é para ser visto e revisto. É pra ser passado, discutido e chorado de tão artístico ser sua replica da realidade humana social, como também pela reprodução concisa da perseguição sofrida ou alienação num sistema cruel. Fora uma cópia proba da realidade. Fora muito bom saber um pouco mais sobre como exercer a paciência diante do diferente, ou melhor, como ajudar a quem precisa.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Catarros de um traficante.

Primeiro preciso escutar uma música - uma música que não me fale mas que eu ouça - sem me conectar nela que seja harmonica, me conectado que seja desafinada - E que me recorde o que vivi apenas por seu ritmo (quer alto, baixo ou freneticamente que siga uma linha incoerente que cai e sobe sobre meus ouvidos aquecidos pelos fones negros de plásticos grudados nas peles e dobras que compoem a audição) e que lhe faz acústica quer por uma freqüência múltipla de vozes e instrumentos quem sabe, mas, melhor que ela sirva a concentração exigida de quem vai lograr por um espaço tão rico quanto o da escritura.

Segundo já posso começar e quero uma canta em minhas mãos. 

Recordo que o veiculo de patrulhamento que faz fronteira com a minha área e que tem em sua composição um rapaz, qual o chamam de Canibal, como comandante logo ser ele o mais antigo e que o chamam assim por ele ter em sua face uma tez branca muito invaginada por marcas prováveis de acne graves em nível máximo provenientes de sua adolescência.

Devido nossa aproximação para resolução de brigas familiares com pessoas extremamente exaltadas ou como num último apoio dado a mencionada composição o sucesso de uma prisão a traficantes andando em carros caros para a venda ilegal de produtos maléficos que causam dependência, ultimamente percebo ser o soldado Canibal formado de qualidades iluminadas de parceria indulgente.

Pois nesse dia novamente pelo rádio o soldado Canibal pedira nosso apoio para uma abordagem a moto. Chegando lá vimos dois caras, um menor de acordo com Canibal dirigia a motocicleta e ainda tinham quatrocentos reais trocados em moedas e notas de baixo valor. Os dois foram levados a delegacia.

Mas enquanto aguardavamos o delegado vim saber sobre o caso, escutei pelo rádio outra composição, por sinal que ficam próximo a praia do futuro informar ao centro responsável pela coordenação de todas as composições da área que conglomera o núcleo de policia comunitária respectiva a que atuo que haviam abordado uma mulher e que acharam com ela pedras de craque, cocaína e balas de maconha e que iriam a mesma delegacia em que eu estava para fazer o procedimento de flagrante.

                                              Fotografia da delegacia citada retirada de um jornal local


Eu não sei o nome daquela mulher, não sei quantos anos tinha, sei que tinha filhos e que parecia muito com um homem. Sei que chegara aos prantos, pois de acordo com o que contara tinha muitos inimigos e seus filhos ficaram sozinhos. Tinha no bolso de um calção azul estilo ao que os surfistas que mora próximo de minha casa usam, doze reais um papel pequeno de caderno com duas listas azul escura onde por sobre numa delas um numero de celular que começava por 99 se dispusera tremido em azul também, mas mais escuro que o da pauta.

Ela usava uma blusa amarela de algodão de uma marca de roupas desgostosa por mim cujo nome é um fenômeno do ar atmosférico e que lembra tempestade e destruição. E usava quase direto as bordas na região de seu abdômen roliço o tecido para limpar suas lagrimas que lhes sufocava e também o espeço catarro mucoso e semitransparente que saiam de suas narinas avermelhadas. Tinha o cabelo curtíssimo, gorda e branca, tinha a pele preenchida por umas cinco tatuagens e uma delas um lindo dragão de fogo.

A mãe traficante que chorava, eu acredito, devido seus filhos mesmo, embora talvez muitos dos outros meus amigos que la assistiam o drama lacrimal e triste imaginassem ser devido o arrependimento e era o arrependimento e a certeza da perca da liberdade por um tempo E embora sua pessoa nesse mundo cruel, sei a vida é muito cruel, seja de maldade seu oficio, logo que destrói vidas e agora grita por suas crias em perigo, senti pena. 

E Quantos filho será que ela tem? A mulher que ficara só e que deixara só seus filhos em uma casa feita por sobre um morro cujos meus pés teve a dor de pisar duas vezes também só, pois ainda que ao meu lado estivesse um companheiro numa incursão pela busca de garotos que costumam roubar pessoas desinteressadas ao esquecimento  que aquela comunidade sofrida tem, pois próximo a rica praia preenchida de barracas caras, as pessoas ostentam sua riqueza e gastam seus dinheiros, passei e absorvi aquilo que durante 8 horas foram em minha mente sempre relembrado e sabido apenas por mim. 

Aquelas barracas maléficas que nunca, repito, nunca fui em protesto ao meio ambiente que tanto se desequilibra devido a falta de educação das pessoas quando sujam a areia branca em que seus pés pisam quanto ao erguer de edificações num espaço público e indevidamente privatizado.

Mas aquela mãe que tanto parecia um pai me tocara como nunca havia me tocando e sim fiquei penalizado, lhe permitimos que fumasse, mas me chamaram, pois já devíamos voltar à área a que estou responsável.

Sai olhando emocionado e recordando que uma vez um amigo contou que fora abordar três indivíduos suspeitos e pegara na boceta de uma mulher que parecia muito um homem, um sapatão no seu vocabulário. Somente quando sentiu uma fenda é que lhe perguntara, tu é mulher? ela disse, sim. Ele disse que ficara tão sem jeito e mandara todos irem embora e de tão estabanado não se lembrou de perguntar por que da mulher não avisá-lo sobre sua genitália fêmica. Talvez fosse aquela. 

terça-feira, 19 de abril de 2011


Carta de Caio para Hilda
29/12/1970
Hildinha, a carta para você já estava escrita, mas aconteceu agora de noite um negócio tão genial que vou escrever mais um pouco. Depois que escrevi para você fui ler o jornal de hoje: havia uma notícia dizendo que Clarice Lispector estaria autografando seus livros numa televisão, à noite. Jantei e saí ventando. Cheguei lá timidíssimo, lógico. Vi uma mulher linda e estranhíssima num canto, toda de preto, com um clima de tristeza e santidade ao mesmo tempo, absolutamente incrível. Era ela. Me aproximei, dei os livros para ela autografar e entreguei o meu Inventário. Ia saindo quando um dos escritores vagamente bichona que paparicava em torno dela inventou de me conhecer e apresentar. Ela sorriu novamente e eu fiquei por ali olhando. De repente fiquei supernervoso e sai para o corredor. Ia indo embora quando (veja que GLÓRIA) ela saiu na porta e me chamou: - “Fica comigo.” Fiquei. Conversamos um pouco. De repente ela me olhou e disse que me achava muito bonito, parecido com Cristo. Tive 33 orgasmos consecutivos. Depois falamos sobre Nélida (que está nos States) e você. Falei que havia recebido teu livro hoje, e ela disse que tinha muita vontade de ler, porque a Nélida havia falado entusiasticamente sobre Lázaro. Aí, como eu tinha aquele outro exemplar que você me mandou na bolsa, resolvi dar a ela. Disse que vai ler com carinho. Por fim me deu o endereço e telefone dela no Rio, pedindo que eu a procurasse agora quando for. Saí de lá meio bobo com tudo, ainda estou numa espécie de transe, acho que nem vou conseguir dormir. Ela é demais estranha. Sua mão direita está toda queimada, ficaram apenas dois pedaços do médio e do indicador, os outros não têm unhas. Uma coisa dolorosa. Tem manchas de queimadura por todo o corpo, menos no rosto, onde fez plástica. Perdeu todo o cabelo no incêndio: usa uma peruca de um loiro escuro. Ela é exatamente como os seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto. Acho que mesmo que ela não fosse Clarice Lispector eu sentiria a mesma coisa. Por incrível que pareça, voltei de lá com febre e taquicardia. Vê que estranho. Sinto que as coisas vão mudar radicalmente para mim – teu livro e Clarice Lispector num mesmo dia são, fora de dúvida, um presságio. Fico por aqui, já é muito tarde. Um grande beijo do teu Caio.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por minha frieza.





O que tenho? Mesmo entre seres humanos que não deviam se importar para comigo e para com meus desejos e escolha ainda mesmo sendo talvez por esse grandioso motivo em não mais sofrer e principalmente fazer o outro sofrer foi que na boca da noite de anteontem parti com minha alma abnegada pelas pistas escurecias e esburacadas de Fortaleza seguindo e sendo seguido por tantos carros com seus faróis acesos dando a mim a recordação constante, a sensação de viver em uma cidade cheia e ainda em tantos pontos primitiva, fui a uma sauna gay não para provar, mais para provocar, sentir e me senti livre embora seja a minha escolha feita de mentiras contadas a membros de minha casa, em particular.

Fui à sauna como já confessei a dois queridos amigos e que um deles esta nessa fotografia ao meu lado, por não mais querer ser tão certinho. A minha certeza é sim diminuída em vários pontos e em várias partes, se trata de uma certeza interligada de tênues bases e uma sustentação fraca, como a de um prédio antiqüíssimo resistindo enfraquecido prestes a ruir por uma enxurrada.

O grande motivo pela qual fui é impossível de se descrever ou mesmo dizer a sensação pungente que me bateu naquele dia em que me preparei com o coração acelerado a ir ao dito ambiente desconhecido. Talvez sejam as visualizações em minha mente, como por exemplo, o rosto de tristeza do último cara com quem me deixei ligar e o seu rancor por não saber lidar com minha complexidade. Ele fora tão importante me minha vida, tenho tanto a lhe agradecer, ele que saíra de mim usando uma camisa linda verde me disse sem abrir a boca que eu não mais deveria sofrer. Ensinara-me como viver, pois afinal antigamente quando eu passava pela rua e via um homem por quem sentia extrema atração física, eu sofria e imagina, nunca poderei lhe ter algum dia, nunca, nunca, nunca... pensava tão forte e sofria. Mas hoje sei que não se trata de beleza física somente ou de beleza espiritual, se trata de um segredo que vivi e que move meus passos e que quando a mesma sensação de impotência surge sei que se trata apenas de uma ilusão sentimental. Em resumo não consigo gostar de ninguém, como amante, mesmo o homem mais lindo do mundo não me faria lhe gostar, amar, embora quem mim conheça pessoalmente saiba de meu profundo respeito para com todos que me cercam.

E foi por isso que fui, por minha frieza, chamo assim esse sentimento gélido; fui por meu desprendimento romancista, fui para parar, para quer e ter, para ver e apreciar, fui para desejar e não desejar, para tomar Martine, tantas horas infinitas, eu fui para ver o cosmo que não chega. Fui e gostei do ambiente rico de luzes, da lua e do céu que vi, das estrelas que não contei. Fui.
Gostei dos garotos que se amostravam e paqueravam. Gostei de uns quatro estrangeiros. Conheci nesse período pessoas que provavelmente nunca mais verei. Um deles me convidara pra conversar. Gostei e não me arrependi do momento. Mas o que tenho? Pois abri esse emaranhado de palavras e sinais gráficos com essa pergunta, pois quando estava no bar claro, sentado de sunga verde, escurecido por uma penumbra laranja olhando um palco com equipamentos de som e um telão branco onde se projetava clip’s de música pop rock estrangeira um dos garotos da casa passara algumas vezes de sunga preta e me olhara, me olhara e lhe retribui o olhar. Desci da cadeira alta acompanhado do Martine e fui à piscina. Chegando lá se passam dez segundo e o rapaz que se apresentara pelo nome de Lucas, cabelo preto, pálido e enternecido por músculos puxara conversa sentado numa das cadeiras próxima, no final da semi-palestra disse que eu não me arrependeria. Sorri e disse que pensaria, subi para conhecer o espaço do segundo andar. Mas uma vez pensei se realmente iria contratar um michê.

Em cima vi outros garotos e um particularmente, um cujo cabelo grande, encaracolado e preto como a de um vampiro e de pele pálida, rosto com boca meiga e olhos descarados, boca pequena que não me lembravam nada em especial, mas que tinha sido esse a minha escolha, por curiosidade? Talvez, mais não vou inventar uma reposta a essa pergunta. Fiz a escolha assim com o personagem do triste filme visto por me também anteontem pela manhã e que mexera muito mesmo com meu interior logo as lagrimas de intensa melancolia provinda do enredo rico e singelo das gravações contidas e das captações sérias feitas por Ang Lee no seu especial O Segredo de Brokeback Mountain. O personagem de Jack Gyllenhaal depois que descobre que seu amante feito magistralmente por Heath Ledger não poderia lhe ver naquela temporada logo que os dois personagens depois que se descobriram enamorados um pelo outro combinam de pescarem em uma montanha distante da civilização em plena década de sessenta, ele vai aos prantos ao novo México contratar numa rua empoeirada de uma cidade pobre pagar um michê latino.

É tão triste e mais triste ainda é quando o Ennis del Mar (Herth Ledger) descobre a impossibilidade de reencontrar seu amigo, amante, namorado que morrer acometido por perseguições de uma sociedade cruel ou quando o personagem vai a casa dos pais em luto de Jack Tswit (Jack Gyllenhaal) e fala com a mãe que sempre soubera da sexualidade do amado filho e rever seu quanto e senta em sua cadeira e olha pela janela uma branquidão e ver a típica e conhecida camisa azul jeans encobrindo outra quadriculada surja de sangue no armário proveniente ainda do primeiro encontro quando pastoravam ovelhas.

Depois que degustei o corpo branco do garoto que tinha cabelo encaralodo e grande como a de um vampiro passei por Lucas, o rapaz que se apresentara anteriormente e quando lhe olhei o mesmo estava sério e magoado, com raiva por não lhe ter escolhido. Parece bobo escrever sobre os sentimentos de um michê mesmo quando esses são movidos pelo mercado capitalista de prostituição, mas não me senti bem e provavelmente eu não mais volte a casa. 

Na fotografia, três amigos, o que está ao meu lado fora um dos que soubera de minha perpetração sodômica pela sauna!


domingo, 10 de abril de 2011

Fome de alegria e felicidade






3 de abril de 2011


Então vejo de longe um corpo semi-nu molhado que acabara de se banhar no mar atravessar a pista, como se de sua morada aquática submergisse e como para não tornar o meu dia mais oco o presente aparecesse deificado cantando uma música de sereia, que por seu andar maleado em transi me deixasse, que por minha carência frente a ao meu profundo desligamento de corpo e mente enamoradamente deixo-me perpetrar num caminho gostoso e fraco.

Um corpo extremamente delicioso e quando percebi tinha avançado o sinal vermelho para de perto poder consumir e quase parando na pista desértica de domingo tentando prolongar a visão apoteótica de umas coxas apolíneas escurecida na região púbica por uma sunga azul-marinho, profundo passo enternecido.

Logo após o transe a frente eu vejo uma caminhonete l 200 parada e outro homem bonito urinava bem próximo ao prédio do IML que por sinal estão reformando.

Para um domingo desolado, silencioso, ausente:
o dia se desenrolara preenchido por delicia e horror. Fora delicioso, pois quando vou ao trabalho obrigatoriamente sou obrigado a passar por essa avenida que fica na costa marítima e que num dado percurso vejo se espraiar uma areiazinha branca banhada pelo mar, uma praia curta onde erguem barracas, com vários surfistas livres e pequeninos pelos meus olhos e pessoas que gostam de beber álcool.

No trabalho escuto pelo rádio que algumas mulheres são espancadas por seus maridos em áreas diferentes e re-imagino o que penso sobre o casamento que a cada dia mais se deteriora, infelizmente ou não.

Pelas dezesseis horas enquanto estávamos parados em um posto de gasolina pelo tempo quente que esse dia fez e para usar o banheiro antes que eu chegasse a sentir o cheioro forte de amônia em decomposição vejo um homem que mora na rua se dirigir a nós com a cabeça lascada e sangrando. O homem que pedia ajuda disse que precisava de um médico, pois um inimigo lhe acertara com uma barra de ferro. Lembrei tanto de Lady Gaga quando que a mesmo num show aparece banhada de um liquido vermelho. A todo estante sentia forte o cheiro de sangue que escorria como um banho de tinta vermelha. Sangue me lembra ferro, ferrugem entrava por minhas narinas tremidas. O fizemos sentar e esperamos a ambulância. 

O socorro médico demorara uma hora pra chegar. 
O homem pedia a Deus que lhe ajudasse a sobreviver e logo em seguida dizia que iria se vingar, que iria matar o que lhe acertara com a barra de ferro. Eu disse que se ele desejasse isso Deus não poderia lhe ajudar logo que Deus é amor. O mesmo pergunta se eu era crente.

Depois que a ambulância demorada chega e o homem recebe os primeiros socorros e é levado ao pronto-socorro,  recomeçamos a andar na área. Dez minutos após vejo de longe um grupo muito apressado andar com algo que parecia ser uma pessoa dentro de um carrinho de mão. De perto reconheço um corpo de um homem desacordado dentro desse carrinho, o que carregava era seu irmão mais velho que pelo rosto, uma expressão sofrida e desesperada, com a voz magoada conta que não mais agüentando ver seu irmão desacordado em casa sem que a ambulância chegasse lhe pega e lhe coloca naquele transporte para ser levado ao hospital. Paramos, descemos e percebemos que o corpo do irmão não mais respirava, a temperatura era baixa e quando a ambulância chega de fato se constata a morte. Um longo tempo se passara, a impressa sensacionalista chegar e agora benéfica denuncia sobre o descaso.

De noite chego em minha casa cansado, com fome de alegria e felicidade, e cheio de saudade por um sonho surreal que a cada dia se torna mais e mais invisível.