sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por minha frieza.





O que tenho? Mesmo entre seres humanos que não deviam se importar para comigo e para com meus desejos e escolha ainda mesmo sendo talvez por esse grandioso motivo em não mais sofrer e principalmente fazer o outro sofrer foi que na boca da noite de anteontem parti com minha alma abnegada pelas pistas escurecias e esburacadas de Fortaleza seguindo e sendo seguido por tantos carros com seus faróis acesos dando a mim a recordação constante, a sensação de viver em uma cidade cheia e ainda em tantos pontos primitiva, fui a uma sauna gay não para provar, mais para provocar, sentir e me senti livre embora seja a minha escolha feita de mentiras contadas a membros de minha casa, em particular.

Fui à sauna como já confessei a dois queridos amigos e que um deles esta nessa fotografia ao meu lado, por não mais querer ser tão certinho. A minha certeza é sim diminuída em vários pontos e em várias partes, se trata de uma certeza interligada de tênues bases e uma sustentação fraca, como a de um prédio antiqüíssimo resistindo enfraquecido prestes a ruir por uma enxurrada.

O grande motivo pela qual fui é impossível de se descrever ou mesmo dizer a sensação pungente que me bateu naquele dia em que me preparei com o coração acelerado a ir ao dito ambiente desconhecido. Talvez sejam as visualizações em minha mente, como por exemplo, o rosto de tristeza do último cara com quem me deixei ligar e o seu rancor por não saber lidar com minha complexidade. Ele fora tão importante me minha vida, tenho tanto a lhe agradecer, ele que saíra de mim usando uma camisa linda verde me disse sem abrir a boca que eu não mais deveria sofrer. Ensinara-me como viver, pois afinal antigamente quando eu passava pela rua e via um homem por quem sentia extrema atração física, eu sofria e imagina, nunca poderei lhe ter algum dia, nunca, nunca, nunca... pensava tão forte e sofria. Mas hoje sei que não se trata de beleza física somente ou de beleza espiritual, se trata de um segredo que vivi e que move meus passos e que quando a mesma sensação de impotência surge sei que se trata apenas de uma ilusão sentimental. Em resumo não consigo gostar de ninguém, como amante, mesmo o homem mais lindo do mundo não me faria lhe gostar, amar, embora quem mim conheça pessoalmente saiba de meu profundo respeito para com todos que me cercam.

E foi por isso que fui, por minha frieza, chamo assim esse sentimento gélido; fui por meu desprendimento romancista, fui para parar, para quer e ter, para ver e apreciar, fui para desejar e não desejar, para tomar Martine, tantas horas infinitas, eu fui para ver o cosmo que não chega. Fui e gostei do ambiente rico de luzes, da lua e do céu que vi, das estrelas que não contei. Fui.
Gostei dos garotos que se amostravam e paqueravam. Gostei de uns quatro estrangeiros. Conheci nesse período pessoas que provavelmente nunca mais verei. Um deles me convidara pra conversar. Gostei e não me arrependi do momento. Mas o que tenho? Pois abri esse emaranhado de palavras e sinais gráficos com essa pergunta, pois quando estava no bar claro, sentado de sunga verde, escurecido por uma penumbra laranja olhando um palco com equipamentos de som e um telão branco onde se projetava clip’s de música pop rock estrangeira um dos garotos da casa passara algumas vezes de sunga preta e me olhara, me olhara e lhe retribui o olhar. Desci da cadeira alta acompanhado do Martine e fui à piscina. Chegando lá se passam dez segundo e o rapaz que se apresentara pelo nome de Lucas, cabelo preto, pálido e enternecido por músculos puxara conversa sentado numa das cadeiras próxima, no final da semi-palestra disse que eu não me arrependeria. Sorri e disse que pensaria, subi para conhecer o espaço do segundo andar. Mas uma vez pensei se realmente iria contratar um michê.

Em cima vi outros garotos e um particularmente, um cujo cabelo grande, encaracolado e preto como a de um vampiro e de pele pálida, rosto com boca meiga e olhos descarados, boca pequena que não me lembravam nada em especial, mas que tinha sido esse a minha escolha, por curiosidade? Talvez, mais não vou inventar uma reposta a essa pergunta. Fiz a escolha assim com o personagem do triste filme visto por me também anteontem pela manhã e que mexera muito mesmo com meu interior logo as lagrimas de intensa melancolia provinda do enredo rico e singelo das gravações contidas e das captações sérias feitas por Ang Lee no seu especial O Segredo de Brokeback Mountain. O personagem de Jack Gyllenhaal depois que descobre que seu amante feito magistralmente por Heath Ledger não poderia lhe ver naquela temporada logo que os dois personagens depois que se descobriram enamorados um pelo outro combinam de pescarem em uma montanha distante da civilização em plena década de sessenta, ele vai aos prantos ao novo México contratar numa rua empoeirada de uma cidade pobre pagar um michê latino.

É tão triste e mais triste ainda é quando o Ennis del Mar (Herth Ledger) descobre a impossibilidade de reencontrar seu amigo, amante, namorado que morrer acometido por perseguições de uma sociedade cruel ou quando o personagem vai a casa dos pais em luto de Jack Tswit (Jack Gyllenhaal) e fala com a mãe que sempre soubera da sexualidade do amado filho e rever seu quanto e senta em sua cadeira e olha pela janela uma branquidão e ver a típica e conhecida camisa azul jeans encobrindo outra quadriculada surja de sangue no armário proveniente ainda do primeiro encontro quando pastoravam ovelhas.

Depois que degustei o corpo branco do garoto que tinha cabelo encaralodo e grande como a de um vampiro passei por Lucas, o rapaz que se apresentara anteriormente e quando lhe olhei o mesmo estava sério e magoado, com raiva por não lhe ter escolhido. Parece bobo escrever sobre os sentimentos de um michê mesmo quando esses são movidos pelo mercado capitalista de prostituição, mas não me senti bem e provavelmente eu não mais volte a casa. 

Na fotografia, três amigos, o que está ao meu lado fora um dos que soubera de minha perpetração sodômica pela sauna!


Nenhum comentário: