sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O que que se faz depois que se come alguém?


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Ao som da canção Against the odds da banda pessoalmente por mim láurea Pink Floyd, álbum Wet Dream 1978, escrevo sobre como depois de passar meus olhos verdes nos de céus azuis que estava sentado no banco de cimento cinza, senti minutos depois dando aceno de mão e entrando pela frente do ônibus um cheiro muito forte de esperma que veio ao nariz. Tive certeza, era esperma. Imediatamente lembrei que poderia ir a um lugar que há exatamente um ano me foi apresentado por um amigo na época mestre antropólogo, mas que perdi o contato.

Pois bem parti para o tal lugar a fim de me exibir e ver exibido corpo nus em um cine não muito conhecido.

Antes de entrar no local vi quando algumas pessoas olharam bem pro meu rosto, lhes retribui com um olhar ainda mais firme. Passei a roleta e em nenhum dos quartos havia lâmpada, lá tem dois espaços ao ar livre com poucas árvores e bancos, quatro televisores se dispõem em quatro quartos passando obviamente filmes dos mais variados relacionados à cópula.

Percebi muitos adolescentes perambulando pelo lugar. Alguns magros e com roupas apertadas foram meu alvo favorito, pois com jogada de pernas cruzadas, cabeça e cabelos em rabiçaca com trejeitos fêmicos. E se essa palavra fosse derivada de fêmea seria perfeita quanto à construção da frase e pensamento meu para melhor entendimento descritivo do que vi e senti, entretanto fêmico está relacionada a rochas e minérios com poderes magnéticos o que também serve quanto à fascinante circunspecção que faço desses jovens adamados e admirados, pois enquanto muitas pessoas, inclusive, amigos meu dizem que desprezam “viado mulherzinha,” eu ao contrário acho sem limites sua postura caricata E mesmo o caricato atrai quando verossímil.

E foi por isso também que senti atração física pelo rapaz magro, mais alto que eu, de cabelo aloirado, que usa lentes azuis artificiais sob olhos ameigados e sei lindo se a película lunar para a vista fosse transparente, mas que me fascina como suas sobrancelhas muito bem desenhadas e retiradas com cera ou pinça em seu rosto plano com seus dentes ressaídos (dentuço) e emoldurados por aparelho de cor verde.

Descobri que tinha a minha idade, descobri que já fora dançarino de uma banda de forró e que já viajara bastante e que seu pai é de minha mesma terra natal. Falei-lhe que não curtia forró eletrônico e que já tinha ficado com um rapaz bailarino que dá aulas de sapateado e que ele por já dançar poderia se quisesse conhecê-lo logo que ainda tenho contato com o bailarino criador de um grupo de sapateado só para homens. Disse que eu gostava de rock, viajar e amava literatura. Adoraria ler pra ele Vinicius de Morais, Cecilia Meireles, Hilda Hilts, Caio Fernado Abreu e depois Florbela, Sylvia Plaht, Anne Sexton. Adoraria lhe mostrar Coldplay, escutar Cazuza, Os Mutantes, ver O leitor, The single man, O labirinto do Fauno... Chorariamos juntos, riríamos juntos, seriamos felizes juntos, escreveríamos juntos.

Nesse momento queria revelar detalhes de como foi nossa ligação, abordagem sodômica, mas não soube como, depois que nos experimentamos, paramos e conversamos, entretanto não soube como abordá-lo para ver se o que tinha acontecido ficaria ali ou prosseguiria. Ainda não sei.

Pela noite recebi uma mensagem que dizia Boa Noite e lhe retribui. Poderia escrever um monte de coisas que alçassem vôos, mas não fiz. Disse idem!

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2 comentários:

Elaine Crespo disse...

Oi!Tudo bom!

Os encontros casuais tem este risco. Fica aonde termina! Mas, alguns deles florescem e se tornam relacionamentos duradouros.
Tomara que da próxima vez não seja só uma mensagem com boa noite!:D

Ah! sim, adoro Florbela Espanca e Hilda Hilst!
Poemas de deixar lágrimas nos olhos de tanta sensualidade e pureza ao mesmo tempo!

Lindo fim de semana!

Beijos,
Elaine

Pseudokane3 disse...

O que se dizer, o que se dizer?
Eu sou besta: peço para voltar!

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