domingo, 14 de agosto de 2011

Razão de minha vida me diz o que farei de mim -
Nesse, nesse mundo vão?
Me fala com que vou andar sem poder tocar, pisar o chão?
Ou sentir ao menos o vento morno de uma respiração moribunda, tanto quanto a minha?
Razão que ilumina, dizem, e de tão clara cega
Não oblitera tanto o meu viver, te peço.
Mas, me ouça e conta por onde no universo cosmológico anda?
E até quando vamos mais embromar nossa aproximação?
Prometo que não estava no escuro,
Estou mais no mar de leite,
Completamente engolfado no abismo
Como sol da manhã penetrando num quarto escuro cujas janelas foram abertas de sopetão
E daí pego emprestado um grande português que viu e reparou
Na poeira esquecida dos móveis, nas vidas diminuidas pela dor ou engradecidas pela mesma dor
E sou poeira de estrelas mortas no céu
Morada dos deus, habitar do infinito, residência do cosmo alegre e colorido.
Seria um alívio saber de onde eu vim e para onde vou.
E o carbono tetravalente descoberto a custa da velha e boa Razão
Que desde os tempos antigos os gregos apolíneos já cientes sabiam da Razão
E de suas vidas estarem sempre a lhes açoitar com perguntas vergastadas
Das quais a resposta ainda hoje não veio para as carnes curvas
Mas que pelo menos uns físicos patrocinados pelo mundo vão
Descobriram o romantismo da minha vida:
Que da poeira de estrelas mortas surgi.

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